quinta-feira, junho 28, 2007

Crónica do Demencial: São só Exames e nada mais.

(versão 10-25 anos)

É o futuro…

Xega u verão e com ele ax fériax e us exmx nacionaix.. Nexta crónica vamu-nus focar nxtx ultimux. Exte ano u minixterio da educ. volta a inovar e retira a impurtanxia da compnente gramatical com dux examex de portuguex.

Xe penxavam k ax crianxas e jovenx deveriam xaber ler e excrever p ter apruvaxao nax aulax, enganexe! Ixu era antigamente! Agora xó nexexitam de extudar km ux livrus amarelos a matéria k ux profexorex eventualmente indicarão e voilá! 16 valorx e a bênção du minixtériu p o conxtante axaxínio da língua ptuguexa atrvs du novu portuguex du msn e sms.

Eventualmente xerá a faixa etária dox 25 aox 55 que xe terá d adaptar e eventualmente faxer examex p perxeber a nva língua portuguexa emergente.

PS: este texto foi todo ele escrito na nova língua portuguesa. Se conseguiu ler com facilidade, parabéns, está actualizado. Seguidamente colocaremos este mesmo texto no blog em português arcaico.

São só Exames e nada mais.

(versão 25-55 anos)

É o Futuro…

Chega o Verão e com ele a praia, as férias e os exames nacionais. Nesta Crónica vamo-nos focar nestes últimos. Este ano o Ministério da Educação volta a inovar e retira a importancia da componente gramatical dos exames de Português!

Se pensavam que as crianças e jovens deveriam saber ler e escrever para ter aprovação nas aulas, engane-se! Isso era antigamente! Agora só necessitam de estudar com os livros amarelos a matéria que os professores eventualmente dirão e voilà! 16 Valores e a benção do ministério para o constante assassínio da língua portuguesa através do novo português do messenger e das sms.

Eventualmente será a faixa etária dos 25 aos 55 que se terá de adaptar e eventualmente fazer exames para perceber a nova língua portuguesa emergente.

(23/06/07) Searaman & Blinkboy

quarta-feira, junho 27, 2007

Crónica do Demencial: O Império Soja

Cada um é aquilo que come, já diz o ditado.

O título desta crónica poderia evocar uma história desenterrada por alguma campanha de arqueologia de verão, ou anunciar que após o fim do Império dos Estados Unidos da América emergirá uma nova entidade mundial. Nada disso.

O “Império Soja” é uma realidade que também não é real, faz parte do nosso imaginário e quando dizemos que “existe” um tal hegemónico estado, não acreditem. Na realidade o que existe são produtos que têm por base a soja e que por trás, os dúbios interesses de companhias mundiais; desde a produção até ao empanturramento do consumidor final. A soja é boa para manter a linha mas também está presente nos cremosos hambúrgueres. Só falta vestir e respirar soja, e descobrir que a multifacetada soja combate a infertilidade. A humanidade está a caminho de se tornar um planeta como Coruscant da saga Star Wars – metal, betão, luz e condutas? Mas vamos esquecer Coruscant e a novela de Darth Vader que acaba tramado pelo filho! Falemos a quem tem de ser: aos macdependentes, aos vegetarianos ou quase vegetarianos (como alguns se apelidam) e aos demais consumidores de soja, porque sem vocês não existiria Império Soja e também está crónica.

Caros irmãos (apetece-nos epistolar) vocês estão a dar cabo da floresta tropical da Amazónia! Todos os anos milhares de hectares de mato são devastados sem se poderem defender para dar lugar a fazendas onde sub nutridas vacas pastam, embora não tão esqueléticas, pois dão uma boa picanha. E para além da carne de vaca, a soja ocupa o lugar da terra. Uma terra tão boa para árvores, mas virulenta para com outras espécies, que em cinco anos fica improdutiva e para continuar a ser espremida, são à base de aditivos químicos. E para onde vai tanta carne e tanta soja? Para as bocas dos irmãos Macdependentes por todo o planeta.

Mas e os vegetarianos? Afinal toda aquela conversa primordial de bons selvagens não passa de uma treta espanejada ao ar como bandeira de iluminados? A floresta tropical está a ser dizimada e vocês colaboram. De onde pensam que surgem as cada vez mais apetrechadas prateleiras de soja? Acham que a soja se produz em Portugal? Não sejam ingénuos! A boa soja, barata e apanhada por uns diabos que trabalham a troco de comida, tem de vir da floresta tropical. Soja portuguesa é muito cara. Vocês deveriam salvar o mundo, não matá-lo; para isso já contamos com os Macdependentes ao virar de cada esquina dum restaurante de fast food.

E os chamados consumidores finais estarão dispostos a exigir uma soja certificada pelo menos? Contudo não estamos a ver que deixem de dar aos filhos o leite de soja, o belo naco de tofu e a comida macrobiótica. Soja certificada e produzida sem mão-de-obra infantil ou sangue derramado de índios, talvez sim, talvez não… quiçá…

Contudo é triste ver para onde nos leva a soja…beber leitinho de soja quando as vaquinhas o podem dar. Será que os bovinos agora têm um sindicato que as defende da exploração, e empurraram o seu lobby para a soja, que sendo planta não se pode defender!

Por trás do “Império Soja” vislumbramos o verdadeiro Império Soja – uma cortina cultural.

Para quem está longe da realidade é fácil pensar que o dossier Amazónia se resolve e que voltaremos ao equilíbrio. Porém se usámos as palavras “dossier Amazónia” estamos a transmitir a ideia que o problema está longe de se resolver.

Por outro lado também é fácil acusarem-nos que estamos a ser conservadores ao falar deste assunto rondando o absurdo (pois já nos disseram que os artistas são conservadores) e que o ponto está errado. Gente normalizada, não estamos a ser conservadores, estamos a ser subversivos.

(27/06/07) Searaman & Blinkboy