Nem que passe uma década, havemos recordar que algures em Outubro de 2005, apareceu o nosso blogue.
Não tínhamos propostas genericamente sãs. Fazer escrita criativa, e em particular num subgénero já explorado por caras familiares como Nuno Markl, Gato Fedorento, Nilton, Rui Unas, Luís Filipe Borges (o da boina, que apresenta a Revolta dos Pasteis de Nata), e ainda autores com publicações menos conhecidas, que mareiam dentro da fina-flor do famosos colunáveis.
Ora, nós nunca fomos das Produções Fictícias nem andamos que nem uns malucos nas discotecas a esbanjar dinheiro por um miserável copo meio cheio de vodka, cheio de gelo, e que custa 3.50 € ou mais. E bem vistas as coisas, em termos literários, até acabamos por ir atrás de alguns chavões.
No entanto, não podemos negar que esse género de humor, vive á medida dos trambolhões que dá o país e o mundo. É feito a partir do/e para o quotidiano. Mesmo assim, julgo que inovamos em alguns assuntos, e fomos capazes de retirar de uma massa borbulhante de ideias, algumas pérolas de demência.
Contudo, o nosso maior objectivo, era transmitir e partilhar como se fosse uma espécie de conto, as maravilhosas histórias de 3CNilhoo; uma pitoresca personagem com os seus raríssimos altos e profundos baixos, diremos mesmo, profundíssimos baixios. Mas não conseguimos. Admitimos, que por motivos do próprio tempo e da “ausência” do nosso “boneco”, a secura foi exercendo o seu domínio sobre as nossas bem intencionadas ideias. No entanto outros fenómenos, teorias, e criações, assim como citações da vida real, foram jogadas nas fuças do mundo.
Quase que atingimos o lume.
A razão do aparecimento desta autocrítica está ligada com o desejo de denunciar ao mundo a nossa auto – estima. Porque queremos mais. Queremos que nós provoquem, queremos comentários quando publicamos uma história. Não gostamos de saber a verdade por uma sondagem, como aquela que publicámos recentemente. Claro que ficamos perturbados por sermos obrigados a mudar o nome do nosso blogue. Sentimo-nos incompreendidos.
Porque carga de água somos incompreendidos!? Foi devido ao doido nome do blogue? A total ausência de bom senso? E o excesso do senso comum!? Foi devido aos erros que quando em quando surgiram nos textos? Se calhar estavam á espera que nosso blogue fosse uma “central de recolha de piadas do tipo Fernando Rocha”! Até esse senhor já publicou um livro com a sua autobiografia.
Porreiro, mas as nossas histórias, são a nossa autobiografia. E nesta conclusão ficamos entalados. Podemos rir, trazer a ironia ou o sarcasmo ao de cima, mas não conseguimos disfarçar o soluço e alguma dose de melancolia.
No entanto outros factos precisam de ser exorcizados. Não somos muito pontuais. Quando nos propusemos ir em frente com o blogue, sabíamos que era importante manter quando não todos os dias ou semanalmente, quinzenalmente o blogue com novas histórias.
De facto falhámos o objectivo colectivamente. A falta de tempo, inspiração, ou de um bom argumento para escrever, reteve os co – autores, numa calmaria.
Mas também o trabalho nos transtornou. O nosso tempo esvaziava-se na organização de coisas absurdamente nada prioritárias – no caso do Searaman. No caso do BlinkBoy de facto o trabalho devorou-lhe a inspiração até à medula. Não somos realmente uns privilegiados, como aquela rapaziada das produções fictícias.
Mas enquanto formos capazes de manter isto como uma alegre campanha ou uma tertúlia ondulante, vamos manter o privilégio que é servir-vos com as nossas crónicas.
Quanto ao formato, e à inclusão de novas rubricas com fotografias e vídeos, achamos que futuro tem uma palavra a dizer, embora que o futuro não é necessariamente amanhã.
Por último deixamo-vos esta mensagem.
Portugal, precisas de um mega clister! E o que nós adoraríamos ser a ponta do mesmo.
(24/09/06) Searaman & Blinkboy
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