sexta-feira, março 30, 2007

Apresentando o Krill

Krill
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthopoda
Subfilo: Crustácea
Classe: Malacostraca
Ordem: Euphausiacea

O Krill (da palavra norueguesa para alimento de baleia) é um grupo de crustáceos muito parecido com o camarão, pertencentes à ordem Euphausiacea. Aparece nos mares da Antárctida em grande quantidade e pode atingir até 7 cm de comprimento. Se alimenta de pequenas algas e organismos pertencentes ao Zooplâncton.

Crónica do Demencial: O Krill e o Zooplâncton


Anatomia do Krill

Actualmente, a pesca excessiva do Krill realizada pelo homem tem colocado em risco o ecossistema marinho da Antárctida já que o Krill serve como alimento das baleias.
A espécie mais importante de Krill é a Euphausia superba.


Crónica do Demencial: O Krill e o Zooplâncton

Estaremos loucos, por falarmos de crustáceos?
E o Zooplâncton será que já vos foi apresentado?

Não, não iremos dar nenhuma aula de biologia, é muito mais que isso. é uma lição de vida. Daquelas em que é preciso sobreviver, e para sobreviver é necessário fazer duas escolhas: matar ou ser morto. Mas existe uma terceira escolha! Não é que queiramos copiar a chamada ala da terceira via, mas política à parte, a terceira via existe e está bem enraizada no sangue luso.

Afinal o que é o Krill que não é o crustáceo? Passamos a explicar. O Krill é um estatuto que alcançamos no primeiro mês do emprego ou após um longo ano em que foi necessário fazer algumas reestruturações. Um ano em que tu, meu amigo, tiveste autonomia e podias desenvolver algumas acções com liberdade.

Mas esse tempo acabou, e em prol do funcionamento de uma nova metodologia tens que ceder aos interesses e transformas-te num pequeno Krill que acaba devorado por alguma baleia.

Nessa altura a tua dignidade é posta em causa, pois para além de teres de fazer uma tarefa específica e pouco interessante que não é mais do que o apoio a um esforço maior - por exemplo: fazer e distribuir cartazes - tu tens que subalternizar-te ainda mais e responder aos caprichos do envio do fax, do trazer a correspondência, do levar relatórios e comunicados, do ter de assistir a reuniões, nas quais sabes que se discutem imensos assuntos onde podes ter opinião mas em que não terás futuro nenhum. Mais ainda, tirar fotografias! Contudo o que fica bem mesmo lá no topo é imprimir e tirar fotocópias, pois estás mais à vontade com a impressora que é uma máquina muito complicada e com humores estranhos. E quase nos esquecemos de referir aqueles telefonemas para confirmar inscrições e acompanhar o deferimento de algum pedido.

Depois disto percebem o que é ser Krill? E perguntam-se vocês, não estarão estes gajos a falar deles - pois claro que estamos!… e não apostem senão perdem.

Neste momento no trabalho sentimo-nos devorados por enormes baleias que só querem fazer carreira. Neste momento; um triste momento, a nossa dignidade esfarrapada anda ao sabor do vento. E nos momentos em que sentimos o vento de feição tentamos superar esta apatia, mas de pouco nos vale, pois somos Krill.

Assim podemos ver que no emprego existe uma escala em que o mais forte come o mais fraco, e quando nos consideramos Krill, significa que estamos muito no fundo da cadeia alimentar, a um passo de entrar no abismo que nos transforma em Zooplâncton.

Nessa altura, quando um licenciado sem grandes posses para bilhar com um mestrado ou outra treta qualquer de conhecimento adquirido às prestações, desce ao nível da senhora da limpeza ou do estagiário que carrega dossiers e tira cafés e fotocópias. E vemos que estamos com merda até ao pescoço, que quando mudarmos de emprego estaremos oxidados e fodidos, e não podemos pedir indemnizações por algumas depressões.

Nessa altura pensamos na sorte que têm os deficientes, tal como dizia um colega que pertence à classe do Zooplâncton – “Isto está bom é para os deficientes!!!”

Amigo, tens razão. E por motivos de solidariedade, pois estamos praticamente no mesmo patamar, tens todo o nosso apoio – Isto está bom é para os deficientes!
Por fim rematamos: também está bom para os mestrados, pós – graduações e os demais “galões” do conhecimento adquirido por gente que adora ser pró-activa ao ponto de se meter a si e aos outros nas mais ridículas e não prioritárias embrulhadas.

Que pena já não se poder subir à porrada!

Ah pois é, esquecemo-nos de falar da terceira via, e se dissermos a palavra funcionário público, conseguem fazer alguma associação!?
Ah, pois é; bem nos parecia!


18.03.2007 Searaman & Blinkboy