segunda-feira, outubro 29, 2007

Crónica do Demencial: Ditadores Sanguinários


A ditadura é a mais estável forma de governo. Portugal que o diga.

O nosso país por razões históricas e ao ser ceifado pela santa inquisição, começou a sentir medo e insegurança, um processo que levou a longo prazo a instauração de ditaduras soft no século XIX. Certamente não foi bem assim, mas que é parte do problema é. (Queimem Fátima. Degolem os magnatas) Tudo em nome da segurança, tudo contra a liberdade. As ditaduras prosperaram, sendo o Estado Novo o expoente máximo.

Mas e o mundo?

Já sabemos que o século XX foi fértil na nossa terra, e na terra dos outros? Ora atentem um pouco para ficarem a conhecer uma extensa lista na qual figuram alguns dos maiores mass murders da humanidade...e da vida vegetal, porque não!
Vão ver que vai valer a pena, vai ser muito emocionante! Ena pá, com alguma sorte ainda temos alguma afinidade genética com algum deles!!! Por isso sintam orgulho se suspeitarem de alguma coisa, e não chega ser sobrinho do Major Valentim Loureiro, do Ferreira Torres ou do Isaltino de Morais, nem sequer do tio fascista que está sempre a falar na fazenda que perdeu em Angola. Isso é como considerarem-se pimba!!!

América. Apesar de ter sido Napoleão Bonaparte o homem a partir do qual se criou o conceito moderno de ditadura, cortando a fita de uma inauguração promissora no século XX com o aparecimento de Hitler, Estaline e Mao Tsé Tung; foi na América Latina que tudo deu os primeiros passos. Como não podia deixar de ser, portugueses e espanhóis geraram um homem único que para nós seria "do Norte, carago!!" e para os espanhóis "el caudillo". Juntemo-lhes Franceses peritos na esgrima e bons traficantes de armas, Italianos agregados nos clãs de conhecidíssimas máfias e temos o caldo primordial feito! No entanto existem western´s épicos que nos fazem lembrar o potencial do Admirável Novo Mundo noutras pátrias! Pormenores dizemos nos. Filmes como "Aconteceu no Oeste", "O Bom o Mau e o Vilão", "Tombstone" "JFK" , "O Candidato da Verdade" e até a série "24" mostram o enorme potencial dos Yankee´s. No entanto porque que nunca existiram ditadores nos EUA? E porquê que eles os fabricam e destroem tudo onde bem lhes convém?

África!!! Depois da descolonização, alguns senhores tornaram-se inquilinos permanentes das poltronas presidenciais. Existiram imperadores; um presidente supostamente canibal e hoje no Sudão um tal de Omar Bashir anda a fazer de Hitler com os habitantes do Darfur. Há quem diga que Deus não habita África ou que nunca esteve lá. Mas qual Deus, o dos Cristãos!? Será culpa de alguma agência de viagens?

Existe uma coisa que nos surpreende na Ásia. Aquele continente é gerido sucessivamente por ditadores ou regimes semi–autoritários. Para quê mudar se tudo sempre foi assim e tem resultado positivamente? Se o cheiro é bom porquê mudar de perfume? A Ásia é conhecida também pela longevidade que atingem alguns habitantes, o que se reflectiu em Chang Kai Chek, o totalista da lista de ditadores com 50 anos de reinado na China e depois em Taiwan (1925–1975). Mas não será por muito tempo pois Fidel Castro mostra fortes indícios de conseguir sobreviver mais uns anos depois da operação à tripa. Nem a CIA conseguiu ser eficaz. O homem é de aço.

Para vosso melhor conhecimento, apresentamos a Lista de Ditadores da América Latina, Ásia e assim sucessivamente, dando a volta ao mundo ditatorial (até porque é sempre bom saber destas coisas), juntamente com a indicação do tempo de cada um no top nacional:

Américas

Brasil
Getúlio Vargas (Brasil) 1930-1945 1951-1954 21
Humberto de Alencar Castelo Branco (Brasil) 1964-1967 3
Costa e Silva (Brasil) 1967-1969 2
Emílio Garrastazu Médici (Brasil) 1969-1974 5
Ernesto Geisel (Brasil) 1974-1979 5
João Baptista Figueiredo (Brasil) 1979-1985 6

Argentina
Justo José de Urquiza (Argentina) 1854–1860 6
Bartolomé Mitre (Argentina) 1862-1868 6
José Félix Uriburu (Argentina) 1930-1932 2
Juan Domingo Perón (Argentina) 1946-1955 1973–1974 10
Rafael Videla (Argentina) 1976-1981 5
Leopoldo Galtieri (Argentina) 1981-1982 1

Paraguay
José Gaspar R. de Francia (Paraguay) 1814-1840 26
Carlos António López (Paraguay) 1840-1862 22
Francisco Solano López (Paraguay) 1862-1870 8
Gen. Moriningo (Paraguay) 1943-1948 & 1949-1954 10
Alfredo Stroessner (Paraguay) 1954-1989 35

Venezuela
José Antonio Páez (Venezuela) 1830-1835 1839–1843 1861–1863 11
António Gúzman Blanco (Venezuela) 1879-1884 1886–1888 7
Joaquím Crespo (Venezuela) 1892-1898 6
Cipriano Castro (1899-1908) 9
Juan Vicente Goméz (Venezuela) 1908-1935 27
Hugo Chávez (Venezuela) 1999- 8

Perú
Simon Bolivar (Perú) 1824-1826 2
Óscar R. Benavides (Perú) 1933-1939 6
Alberto Fujimori (Peru) 1990-2000 10

Cuba
Machado (Cuba) 1925-1933 8
Fulgêncio Batista (Cuba) 1933-1944/1952-1959 18
Fidel Castro (Cuba) 1959-2º Lugar 48

Chile
Ramón Freire (Chile) 1923-1926 3
Carlos Ibañez (Chile) 1925-1933 8
Augusto Pinochet (Chile) 1973-1990 17

Nicarágua
William Walker (Costa Rica) 1856-1857 1
Anastácio Somoza (Nicarágua) 1936-1956 20
Luís Somoza Debayle (Nicarágua) 1956-1967 11
Anastácio "Tachito" Somoza (Nicarágua) 1967-1979 12

Costa Rica
Braulio Carrillo (Costa Rica) 1835-1842 7
Tomás Guardia (Costa Rica) 1870-1882 12

Haiti
Henri Christophe (Haiti) 1806-1818? 12
Alexandre Pétion (Haiti) 1806–1818 12
Jean-Pierre Boyer (Haiti) 1818-1843 25
François Duvalier "Papa Doc" (Haiti) 1957-1971 14
Jean-Claude Duvalier "Baby Doc" (Haiti) 1971-1986 15

Uruguay
Manuel Oribe (Uruguay) 1835-1838; 1846-1851 8
José Batlle y Ordóñez (Uruguay) 1899-1915 16
Gen. Baldomir (Uruguay) 1933-1958 25
Bordabenny (Uruguay) 1972-1976 6

Honduras
Manuel Bonilla (Honduras) 1903-1907 1912–1913 5
Julio Lozano Díaz (Supremo Chefe de Estado) (Honduras) 1954–1956 2
Oswaldo López Arellano (Honduras) 1963-1975 12

México
Antonio López de Santa Anna (México) 1824-1855 intermitentemente 31
Maximiliano I (México) 1864–1867 3
Benito Juárez (México) 1858–1867 1867–1872 14
Porfírio Diaz (México) 1876 1877–1880 1884–1911 31

Bolivia
Andrés de Santa Cruz y Calahumana (Bolívia) 1829–1839 10
Mariano Melgarejo (Bolívia) 1864-1871 7
René Barrientos (Bolívia) 1964-1966 e 1966-1969 2
Alfredo Candía 1965–1966 e 1969-1970 2
Luís Adolfo Siles Salinas 1969
Hugo Banzer (Bolívia) 1971–1978 7

Rep. Dominicana
Buenaventura Báez (Rep. Dominicana) 1849–1878 29
Ulises Heureaux (Lilís) (Rep. Dominicana) 1887–1899 12
Rafael Trujillo (Rep. Dominicana) 1930-1961 31
Joaquín Balaguer (Rep. Dominicana) 1966–1978 1986–1996 22

Guatemala
José Rafael Carrera Turcios (Guatemala) 1840–1865 25
Manuel José Estrada Cabrera (Guatemala) 1898–1920 22

Equador
José María Velasco Ibarra (Equador) (1934-1972) 38
Rodríguez Lara (Equador) 1972-1978 6

El Salvador
Maximiliano Martínez (El Salvador) 1931-1944 13

Panamá
Gen. Manuel António Noriega (Panamá) 1989-1995 6

Suriname
Desi Bouterse (Suriname) ?–1988

Africa
Egipto
Gamal Abdel Nasser (Egipto) 1954-1970 16
Anwar Sadat (Egipto) 1970-1981 11
Hosni Mubarak (Egipto) 1981- 26

Ex- Zaire e Rep Dem. Congo
Mobutu Sese Seko (Zaire, atual Rep. Dem. Congo) 1965-1997 32
Laurent Kabila (Rep.Dem. Congo) 1997–2001 4
Joseph Kabila (Rep. Dem Congo) 2001-6

Etiópia
Imperador Hailé Selassié "Ras Tafari" (Etiópia) 1930-1936/1941-1974 39
Hengistu Hailé Mariam (Etiópia) 1974-1991 17

Ghana
Gen. Aukarah (Ghana) 1966-1968 2
Ten. Cor. Ignatius Acheampong (Ghana) 1972-1978 6
General Akuffo (Ghana) 1978-?

Uganda
Idi Amin Dada (Uganda) 1971-1979 8

Rep. Centro – Africana
Jean-Bedel Bokassa (Rep. Centro-Africana) 1966-1979 13 Auto proclamou-se Imperador

Gabão
Omar Bongo (Gabão) 1967-40

Sudão
Omar al-Bashir (Sudão) 1989-18

Líbia
Muamar al-Qadaffi (Líbia) 1969-38

Chade
Félix Malloum (Chade) 1975-1982 7
Idriss Deby (Chade) 1990–17

Angola
José Eduardo dos Santos (Angola) 1975-32

Guiné-Bissau
Nino Vieira (Guiné Bissau) 1980-1998-18

Zimbabué
Robert Mugabe (Zimbabué) 1979-28

Libéria
Sam Doe (Libéria) 1980-1997 ? 17
Charles Taylor (Libéria) 1997-2003 6

Guiné–Conacri
Seko Touré (Guiné-Conacri)1958-1984 26

Guiné Equatorial
Francisco Nguema (Guiné Equatorial) 1970-1979 9

Ásia
China
Mao Tsé-Tung (China) 1949-1960/1966-1976 21
Deng Xiaoping (China) 1977-1990 13
Jian Zemin (China) 1993-2003 10
Hu Jintao (China) 2003- 4

Irão
Reza Pahlevi (Irão) 1941-1979 38
Aiatolá Khomeini (Irão) 1979-1989 10
Aiatolá Ali-Khamenei (Irão) 1989-?

Coreia do Norte
Kim Jong-Il (Coreia do Norte) 1945-1994 49
Kim Il-Sung (Coreia do Norte) 1994-13

Coreia do Sul
Rhee Syngman (Coreia do Sul) 1948-1960 12

Indonésia
Sukarno (Indonésia) 1945–1965 20
Suharto (Indonésia) 1965–1998 33

Afeganistão
M. Daud (Afeganistão) 1973-1978 8
Taraki Amin (Afeganistão) 1978-?
Babark Kramar (Afeganistão) ?
Najbullah (Afeganistão) ?–1995
Mulá Omar (Afeganistão) 1995-2001 6

Iraque
Abdul Karim Kassem (Iraque) 1958–1963 5
Abdel Salem Aref (Iraque) 1963–1966 3
Abdel Rahman Aref (Iraque) 1966–1968 2
Ahmad Hassan Al-Bakr (Iraque) 1968–1979 11
Saddam Hussein (Iraque) 1979-2003 24

Paquistão
General Muhammad Zia-ul-Haq (Paquistão) 1977–1988 11
General Pervez Musharraf (Paquistão) 1999- 8

Turquistão
Saparmurat Niyazov (Turquistão) 1990-2006 16

Cazaquistão
Nazarbayev (Cazaquistão) 1990- 17

Birmânia
U Ne Win (Birmânia) 1962-1988 26
General Saw Maung. 1988-?

Síria
Hafez Al-Assad (Síria) 1971-2000 29
Bashar Al-Assad (Síria) 2000-7

Camboja
Pol Pot (Camboja) 1975-1979 4

Vietnam do Norte (1950-1975)
Ho Chi Min (Vietnam do Norte) 1950-1969 29

Vietnam do Sul (1955-1975)
Ngo Dinh Diem (Vietnam do Sul) 1955–1963 9

Butão
Jigme Syngye Wanchuck (Butão) 1975- 32

Mongólia
Choibalsang (Mongólia) 1936- ?

Filipinas
Emilio Aguinaldo (Filipinas) 1898–1899 1
Ferdinando Marcus (Filipinas) 1966-1986 20

Turquia
Mustafá Kemal (Turquia) 1920-1938 18
Bangladesh
Mijibur Rahman (Bangladesh) 1973-1989 16

Tailândia
Saint Thanrat (Tailândia) 1957-1963 6
China/ Taiwan
Chiang Kai-Shek (China) 1925-1949 (Taiwan) 1949-1975 Totalista 50 anos

Europa
Portugal
João Franco (Portugal) 1906-1908 2
Sidónio Pais (Portugal) 1918-1919 1
António Óscar Carmona (Portugal) 1926 – 1951 25
António de Oliveira Salazar (Portugal) 1932-1968 36
Américo Tomás (Portugal) 1958-1974 16
Marcelo Caetano (Portugal) 1968-1974 6

Rússia e URSS
Vladimir Lenin (Rússia) 1918-1924 6
Josef Stalin (Rússia) 1924-1953 - 29
Nikita Kruschev (União Soviética) 1954-1964 10
Leonid Brejnev (União Soviética) 1964-1982 18
Yuri Andropov (União Soviética) 1982-1983 1
Konstantin Tchernenko (União Soviética) 1984-1985 1
Mikhail Gorbatchov (União Soviética) 1985-1991 6

Jugoslávia
Alexandre I (Jugoslávia) 1929-1934 5
Milan Stojadinovic (Jugoslávia) 1935-1939 4
Josip Broz Tito (Jugoslávia) 1945-1980 35
Slobodan Milosevic (Sérvia) 1989-2000 11

Roménia
Karol II (Roménia) 1930-1940 10
Gen. Antonescu (Roménia) 1940-1944 4
Nicolae Ceausescu (Romênia) 1965-1989 24

Albânia
Ahmed Zogu ou Zogu I (Albânia) 1925-1933 8
Enver Hoxha (Albânia) 1945-1985 40
Ramiz Alim (Albânia) 1985-1990) 5

Polónia
Marechal Pilsudski (Polónia) 1925-1939 14
Władysław Gomułka (Polônia) 1951-1970 19
Edward Gierek (Polônia) 1970-1980 10

França
Napoleão Bonaparte (França) 1799-1815 16
Napoleão III (França) 1848-1870 22
Philippe Pétain (França de Vichy) 1940–1944 4

Espanha
Primo de Rivera (Espanha) 1923-1930 7
Francisco Franco (Espanha) 1939-1975 36

Hungria
Almirante Miklas Horthy (Hungria) 1919-1944 25
János Kádár (Hungria) 1956-1988 32

Bulgária
Boris III (Bulgária) 1918-1944 26
Todor Jivkov (Bulgária) 1954-1989 35

Grécia
Jorge III & Gen. Metaxas (Grécia) 1936-1941 5
C. Collas (Grécia) 1967-1974 7

Letónia
Ulmanis (Letónia) 1936-1940) 4

Áustria
Engelbert. Dollfuss (Áustria) 1932-1934 2

Alemanha
Adolph Hitler (Alemanha) 1933-1945 12

Itália
Benito Mussolini (Itália) 1922-1945 23

Estónia
General Pats (Letónia) 1936–1940 4

Ex - República Democrática Alemã
Erich Honecker (Ex – RDA) 1971-1989 18

Pois é! Como poderão ter reparado se chegaram até aqui, o posto dictatorial tem sido ao longo do tempo a profissão mais in de sempre! Qual Paris Hilton, estes senhores fo**am tudo a seu belo prazer e como faziam por vezes questão de frisar "tudo para o bem da nação". E para atestar bem essa popularidade, tivemos desde uns à uns anos para cà no nosso "Portugalzinho à beira mar plantado" vàrias demonstrações de carinho e saudade para com esse posto tão digno seja através de saudosistas t-shirts, concursos de popularidade promovidos por televisões, em comportamentos de politicos actuais e até projectos para museus.

quinta-feira, outubro 18, 2007

2 Anûs de Crónicas – Consagração ou Ilusão?


Quanto vale uma crónica?

Esta é uma questão recorrente nas mentes dos dois elementos do blog. Dois anos depois do início da nossa epopeia, temos um blog, uma rubrica de rádio e finalmente um livro.

Mas quanto vale um blog? Quanto vale uma rubrica na rádio? Quanto vale um livro? Quanto vale uma crónica?

Dois anos de escrita criativa e uma mudança de endereço foram suficientes para passar somente e por pouco a barreira dos 1.000 visitantes. Outros blogs mais recentes conseguiram cinco vezes mais esse número e com menos “sumo” nas veias. Será resultado de uma menor dedicação aos meandros, regras e truques da blogsfera de atracção de leitores em detrimento de uma maior qualidade dos textos? Provavelmente.

Tendo conseguido expandir para uma rúbrica radiofónica e para uma edição em livro mesmo com poucos leitores, o que nos diz? Que passamos despercebidos? Que só nós nos importamos? Muitas questões e poucas respostas. Depois de atingidos os objectivos principais e da explicação do porquê do síndrome Nilhoo, o que nos reserva para o 3° ano de Crónicas? Será que faria diferença a extinção? Continuar o mesmo caminho, ou simplesmente apostar na divulgação?

Não. Não iremos parar de partilhar o que nos vai na alma e agitar as águas de modo a abrir alguns olhos, pois também é para isso que aqui estamos e não somente para satisfazer os nossos egos ávidos de reconhecimento. Dois anos volvidos, este blog já não é somente o local escolhido para lançar farpas aos nossos fantasmas do passado, tecer teses estapafurdias ou criticar por criticar. Queremos mais. Para isso apostaremos numa melhoria gráfica e num maior envolvimento na blogsfera, comentando outros blogs e aparecendo activamente perante os restantes bloggers de modo a finalmente podermos de uma vez por todas levantar vôo.

Mas será assim tão fácil? Provavelmente não. Com a recente descoberta de que o “passarinho” editorial é um abutre e consequente “luta” com os seus meandros, novos desafios surgem perante nós e que apesar de lutarmos com o desemprego, a falta de tempo e algumas vezes contra (des)inspiração, uma coisa garantimos, estaremos aqui para celebrar o 3° ano de Crónicas.

Nem que sejam só os autores a bater palmas.

sábado, outubro 06, 2007

Olhóóó Liiivro Fresquiinho!!

Poderá adquirir inicialmente um belo exemplar do livro mais surpreendente desde a biblia e do novo look do Paulo Portas contactando para o seguinte e-mail:



Vá lá! Não se acanhe! Dê outra utilidade ao seu dinheiro para além de tentar sobreviver! Vai ver que pelo menos terá mais razão para se divertir gastando esse dinheiro neste livro do que o governo se diverte a tirá-lo a si!


Se tiver quaisquer questões, palhaçadas, videos de quedas cómicas ou de gajas nuas e até questões do foro sentimental, também poderá enviar para esse e-mail.

E vai lançado!!

Na noite de 05 de Outubro no bar Blá Blá em Matosinhos, onde a palavra profissionalismo esteve ausente, foi finalmente lançado numa mesa de café o livro "Crónicas do Demencial: O Porquê do Síndrome Nilhoo" juntamente com outros sete livros, numa organização da Corpos Editora.


A crónica sobre o evento fica para breve, agora deixamo-vos com algumas (poucas) imagens:































































terça-feira, outubro 02, 2007

Crónica do Demencial: Relato das primeiras horas de um recém desempregado


Searaman, um dos “animadores” do blog está oficialmente desempregado desde a tarde do dia 29 de Setembro. Mais precisamente desde as 15h44 minutos. Este seria um caso mais grave se o desempregado não tivesse tido a "sorte" de ter trabalhado durante os últimos dois anos, logo após o final da licenciatura. Menos grave, mas será que foram dois anos revestido de glória no mundo do trabalho? “Pelo menos não teve desempregado”, pensarão alguns, pois. Mas e agora?

E o que é que ele fez depois das 15h44 do dia 29 Setembro?

Para sermos correctos, tudo terminou com um grande almoço de trabalho, conhecido pelo vulgar humano por “tainada”. Das 13h00 ás 14h30 devorou-se um prato de peixe soberbo que parecia uma posta de carne mirandesa, depois uma suculenta carne acompanhada de batatas com sabor a laranja, e para terminar, a sobremesa e o café. Falta mencionar que as entradas davam para um almoço normal, com ovos de codorniz, patês de vários tipos e broa de Avintes, entre outras pequenezas…
Aliás, o pequeno pormenor do vinho aprimorou a refeição, tendo sido ingeridas 4 garrafas de tinto alentejano, de nome Monte Velho.
Depois de terminado o almoço, os convivas tiveram de fazer algum exercício arrumando inúmeros objectos de apoio para a última actividade na sede do projecto.
Das 15h44 em diante foi oportuno descansar, pois outro jantar (um aniversário) se avizinhava à noite… e depois uma ida para um bar de rock and roll em Matosinhos!
A noite termina ás 04h30 da manhã com a chegada de Searaman a casa, onde colocou a televisão a meio gás e depois acomoda-se à ideia de que era tempo de dormir.

Na manhã seguinte, com estatuto de desempregado, parte para uma visita ao Museu de Serralves. A viagem de autocarro propiciou-lhe uma agradável discussão entre adeptos do FC Porto e do Boavista FC, tudo porque uma inocente menina de 13 anos chamou pantera a um homem de meia idade vestido com o equipamento do clube da família Loureiro. De facto foi muito interessante ver os gentios a defrontarem-se. Um clima tipicamente tripeiro com pronuncia do norte, carago!
O resto do dia entra noutra velocidade, mais amena e sem animadas jantaradas pois tanta comida no organismo torna o corpo mole.

Em suma: nada mal o primeiro dia como recém desempregado, mas será que os próximos lhe repetirão as passadas? De agora em diante, é comportar-se como um "normal" licenciado no desemprego.

Antes de terminar, sentimos a necessidade de referir uma bizarra situação que aconteceu ao Searaman. Por mais estranho que pareça (ou talvez não), este atrasou-se pela primeira vez em dois anos e logo para um compromisso importante do projecto onde trabalhava, no ultimo dia de trabalho, onde surpreendentemente foi impossibilitado de falar na sessão de encerramento do projecto onde trabalhou, e na qual apresentou um estudo que demorou esses dois anos a fazer.

Falta de vergonha, de humildade, cansaço, distracção, castigo ou o inicio do tratamento para com um colega pré-desempregado?