terça-feira, novembro 06, 2007

Crónica do Demencial: “Geração Brava Dança”


Não somos propriamente grandes dançarinos, nem auguramos ser e tampouco somos daqueles rapazes que já tocados com 5 imperiais no bucho, 2 uísques e três shots de absinto convidam uma moçoila com frases elogiosas (pois certamente para quem está a criar clima, um monologo daquele calibre não é uma boa estratégia de ataque - se é que se pode chamar aquilo raciocínio)!

E o que tem isto a haver com a “Geração Brava Dança? Nada!

É só para ressalvar que não vamos falar de dança, actividade que nos deixou traumatizados durante uma das cadeiras do nosso curso de APA e que nos fez odiar para sempre essa actividade. Felizmente não nos aconteceu nada de grave senão hoje estaríamos a procurar sabonetes em casas de banho públicas dos centros comerciais, parques e estações de autocarros. Dito isto o melhor é voltarmos ao assunto inicial.

Há mais de 30 anos atrás, ainda antes do 25 de Abril de 1974 (assim qualquer um fica a saber um pouco de história, basta que falemos de assuntos suaves com alguma conotação política e parvoíces pelo meio), há uma história oculta da música portuguesa que o documentário “Brava Dança” veio desvendar. O documentário incide sobre o percurso pessoal de alguns rapazes que mais tarde vieram a fundar a banda “Heróis do Mar”. Ao princípio jovens adolescentes com gosto para a música, que a entrarem no redemoinho revolucionário de 1974-1976 procuram avidamente implantar em Portugal o movimento punk. Na Lisboa de então em que tudo acontecia ao mesmo tempo, esse grupo e a restante “tropa” (na realidade não eram mais de 50) difundiu os seus princípios.

Culturalmente, Lisboa estava moribunda e o resto do país morto, e o movimento punk trouxe criatividade, irreverência e conflito numa sociedade conformada.
Naquele tempo, bandas como “Faíscas” e “Corpo Diplomático” causavam furor só visto ao nível de uns Xutos e Pontapés alguns anos mais tarde. Estas duas bandas de curta duração, fundadas por aqueles que mais tarde seriam os Heróis do Mar, causaram laivos de entusiasmo e hoje são consideradas parte de um mito que o satus quo musical quis apagar.

Muito antes de surgir Rui Veloso, (infelizmente vimos um concerto dele, foram quase 2 horas de tédio, observando um fóssil vivo em palco) as bandas que apareceram naquela época revelam um estado de alma puro. Podemos mesmo dizer que sentimos orgulho nas origens musicais do rock português. Faíscas e Corpo Diplomático, dissolveram-se mais tarde, pois pretendiam criar algo de novo, vindo mais tarde a surgir os Heróis do Mar. O documentário explora todas as controvérsias que abalaram uma década de existência da banda. Desde o epíteto de “fascistas”, álbuns incompreensíveis para a maioria do público e mudanças musicais impostas pelas editoras. Pelo meio grandes sucessos como “Paixão” cativaram as pistas de dança portuguesas numa altura em que a música portuguesa de dança não existia sequer, sendo tudo importado.
Hoje, esses irreverentes que andavam fardados na baixa Lisboeta qual grupo de escuteiros ou da mocidade portuguesa, entraram para o álbum das recordações. A música está viva, certamente, e a obra compreendida; amadureceu como o vinho.

Como todos os grandes movimentos artísticos também estes decidiram terminar a carreira no tempo certo. É bem mais humilde do que se tornar um fóssil vivo como o Rui Veloso. Não compreendemos porque o chamam de “pai do rock português”, será para agradar a todas as famílias, por ser um músico de causas sociais como as campanhas de angariação de fundos para a casa disto e daquilo? O Rui Veloso drogou-se ou nunca se drogou? O Rui Veloso quis ser ou alguma vez sonhou ser como o Keith Richard´s dos Rolling Stones?

O Rui Veloso teve uma carreira muito boa, meritória e interessante mas decresceu meteoricamente e não vai dar nada de novo à música, tal como o tem feito tão bem na ultima década vivendo à sombra de uma bananeira podre.
Está rico, é certo. Mas musicalmente está morto, é certo. O Rui Veloso é mole.

Rui Veloso é nacional porreirismo!!! O Luís Repressas também!! Viva os fosseis vivos!! VIVA!!

2 comentários:

Maria do Consultório disse...

Quem é que andou a ler a "Escrítica POP" do MEC? Há? Quem foi?
Foi o Searaman, não foi? Foi...O Rodrigo é mais pelos AHA e essas pessegadas apaneleiradas.E desses o MEC não fala. Era foleiro.
Victory is mine!

eskisito disse...

Grande post, principalmente pela parte em que dizem mal do Veloso. Um homem que já tocou com o B.B. King compõe músicas de 2 acordes? Incompreensível.