segunda-feira, maio 22, 2006

Grande Reportagem - Um Mal, Duas Visões: 1ª Parte - O Movimento Nacional Porreirista (Nacipo/Nacional Porreirismo) visto por Searaman

Grande Reportagem
Um Mal, Duas Visões: 1ª Parte - O Movimento Nacional Porreirista (Nacipo/Nacional Porreirismo) visto por Searaman

Se existe uma história que nunca foi escrita é a deste movimento, que infelizmente não se amenizou em partido político, nem mesmo durante o PREC, pois a couraça de orgulho em ser Nacional Porreirista, ou Nacipo, não necessita de simbologias estampadas em camisolas baratas de algodão, aventais, bandeiras, ou no cachecol surgindo quando Pedro Santana Lopes, vulgarizou aquele adereço futebolístico. Antes de tudo, o Nacional Porreirismo é um estado de alma com o seu próprio pântano político.

Nesta Grande Reportagem não vamos virar a página a essa lacuna e escrever história, apenas pretendemos alertar. Talvez você seja um Nacional Porreirista e não saiba, ou sente que é mas não teve coragem de dizer convictamente – “Viva o Nacional Porreirismo!!!”

O Nacional Porreirismo é uma grande família sempre á porrada em casa, á porrada na escola, á porrada no emprego, á porrada no lar, e só não andam á porrada no cemitério, porque a eternidade é passiva e nunca saberemos quando o altíssimo chamará toda a lista de espera para o juízo final. O ambiente onde se gera um Nacional Porreirista situa-se entre as conversas do bar, a insolência chico - esperta da escola e no trabalho, na vida mundana de um faz de conta semi estéril a cerzir com a vida monótona após os primeiros 6 meses de casamento; tendo em conta um feliz namoro de tempo incerto ou sexualmente vulcânico. E antes que o pó se instale antes até que o reumático, surge um Nacional Porreirista.

O Nacional Porreirista não precisa de escola política, não milita nos juvenis, juniores, e depois nos seniores. Ele é capaz de aguardar o seu tempo e fazer tudo de uma assentada. Ele consegue divagar por entre os partidos portugueses – não sabemos se algum experimentou com fugacidade uma experiência externa – mas mais geralmente nos dois principais partidos. Depois disto ele está preparado para singrar com o seu plano pessoal político, não deixando, por uma questão de retórica de alinhar com os partidos do bloco central, pois em causa está sempre um tacho, um juro, uma taxa! A vida para um Nacipo é doce. É uma vida que nem sempre sabe o que é a palavra vaselina!

Mas por que não se augura para as próximas eleições uma nova força politica, o Partido Nacional Porreirista? Podia surgir, como aquele estranho partido, fundado no fim do mandato de Ramalho Eanes, e que conquistou umas dezenas de lugares na Assembleia da República; não nos lembramos do nome, mas era conhecido pelo símbolo da balança! E já que falamos numa balança, o símbolo deste partido poderia ser uma enorme árvore com um homem e uma mulher a dormir, nos cantos da árvore é claro, não seria de esperar outra coisa, se bem que poderíamos vislumbrar do lado do homem uma profissional o sexo ao fundo, e no lado da mulher uma placa a dizer clube de strip; poderia ser uma banana, poderia ser uma bisnaga de óleo, uma albarda… Se bem que a ideia da banana com as cores nacionais não sejam uma má hipótese, sempre o verde, amarelo e vermelho combateriam a conhecida tricolor da Bobmarleyana; bem acho que vocês percebem a ideia…

Mas não se iludam, a realidade é que nunca haverá um Partido Nacional Porreirista, e o Movimento, nem sequer tem um carácter cívico. Os Nacipo são conhecidos por serem inábeis até no reconhecimento da sua ignorância, mas capazes corajosos quanto ao orgulho, e capacidade de enrascar o outro enquanto se safa a si próprio, que até os podemos confundir com portugueses.

O Movimento Nacional Porreirista nunca terá um secretario de estado da cultura ou ministro – não sabemos de que cargo era titular na altura – que endereça um postal vivaz ao escritor brasileiro Machado de Assis, cujo conteúdo desconhecemos, conquanto que o escritor se encontrava morto desde 1908! Estamos a falar de Pedro Santana Lopes.
Nunca veremos bananas a recortar a malha urbana das cidades dando um toque a la Alberto João Jardim, e a sua tão querida Madeira; ou fazendo jus a um happening artístico no meio nas encostas da Serra da Estrela quando nevar.
A única coisa que o Movimento Nacional Porreirista procura é dilatar a espécie e a sua religião pessoal; como no cristianismo ou islamismo o que interessa é que os números cresçam, ou seja que os “crentes” se reproduzam. Mas ninguém nasce Nacional Porreirista, tem uma iluminação interior…

Para além disso, o secretismo que consagra este Movimento, eleva-o como se fosse uma sociedade secreta, qual Maçonaria. Mas não existem rituais, não existem loja como as do tipo maçon, não existem conferencia de imprensa onde se empossa o “novo grande de não sei que do grande ocidente lusitano”, como na maçonaria. E só mais uma coisa, o maçon, luta pela melhoria das condições de vida de um povo. O Nacional Porreirista prefere o seu egoísmo!
Somos ou não uns piolhos Nacionais Porreirista, uns Nacipos (tentamos arranjar um diminutivo mais parecido com o ambíguo Nazi, (nacional socialista, é um sigla de direita, que parece de esquerda… ou será que só nós vemos isso!?)

E o que vamos fazer? Somos portugueses...

(03.05.06) Searaman & Blinkboy

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