quarta-feira, julho 05, 2006

Crónica do Demêncial: Um mal, duas visões - O Nacional Porreirismo (2ª parte) por Blinkboy

O Nacional Porreirismo.

Este é um mal, uma maneira de ser, um modo de vida, um modus operandus, um defeito, uma presunção e porque não, o partido de 99% dos portugueses.

Qual síndroma do Sebastianismo tão enraizado no povo português, o NP (Nacional Porreirismo) é aquele dom tão comum de “és um tipo porreiro, não faz mal se não fizeste o trabalho pois vais ter boa nota” ou então “és mesmo fixe, vou-te dar uma 2a oportunidade e não pagas mais por isso”. É a bela mentalidade do enrascado que, porque foi para os copos em vez de trabalhar terá que fazer tudo à ultima da hora e que na altura arranjará uma solução ou desculpa mais ou menos credível para os seus problemas.

E assim vai o país a trabalhar a 50% quando poderia ser mais e melhor. Mas nada disso! Para quê dar o litro a fazer o que me compete se o meu superior, chefe ou professor sabe que sou um tipo porreiro e ele também o é e tem uma esposa tão simpática? O choninhas do caixa d’ óculos que trabalhe que não precisa de vida social. E assim não passamos bem?

O país precisa desta ordem natural e as injustiças são lamentos de “invejosos” ou “incompetentes” que não são tipos porreiros e que só se preocupam com essas coisas de prazos e ordem de chegada nas filas de espera em vez de dar graxa e conseguir melhores resultados com uma perna às costas.

Mas atenção, pois o superior, o chefe qualificado, ou o professor que é “mestre”, que expõe pinturas no Centro Cultural local chamando-se Luiz, que até é anti-nacional porreirismo para justificar as suas decisões incontestáveis, têm ao seu lado os Alexandres da vida que no final do dia de trabalho ou das aulas vão para o cafézinho ou bar discutir coisas interessantes para o seu universo e “amanhã me entregarás qualquer coisa”.

Nacional Porreirismo: o Diapasão Nacional!

Esse sim, seria o partido político perfeito!

“Não prometemos nada! Eu e os meus colegas (que são uns tipos porreiros) logo arranjaremos qualquer coisa para safar o país durante o nosso mandato”. Nem que seja só adiar as consequências para depois o gajo que vier a seguir resolva as coisas...

(04.07.06) Blinkboy

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