domingo, julho 08, 2007

Colaborações Demenciais – Andreia Seara: Os Comportamentos de Risco e os Trabalhos de Grupo

Uma boa parte dos jovens portugueses fuma tabaco, bebe bebidas alcoólicas socialmente, ou consome drogas (ou pelo menos já experimentou, ou diz que já experimentou!...). Muitos continuam a afirmar que tal acontece porque alguns dos adolescentes não tem acesso à informação sobre os perigos dos seus comportamentos. Nada mais errado!

O “caso” não se passa bem desta maneira! Só uma pessoa ingénua acredita nisto! A maioria generalizada dos jovens com comportamentos de risco está bem informada e ciente dos perigos que correm! E onde vão eles buscar tanto saber?
Na escola a mensagem é passada desde cedo. Os anúncios dos média passam aos olhos de todos. Entram na cabeça muitas reportagens sobre pessoas que caem na desgraça do álcool ou das drogas e documentários com imagens arrepiantes sobre as doenças provocadas pelo tabaco, onde aparecem pulmões transformados em carvão.

Apesar de todo este esforço os adolescentes continuam a ter comportamentos de risco. Praticamente todos os que fumam, bebem ou consomem drogas, fazem trabalhos na escola sobre os temas. E aqui está a grande resposta, ou pelo menos o modus operandus que possibilita a reincidência “controlada” da coisa ruim.

Hoje em dia, um grupo de alunos da mesma turma, amigos, e que fumem, são os primeiros a aceitar de imediato e de boa vontade a realização de um trabalho que inclua o tema do tabagismo. Muitos fazem-no porque estão mais á vontade com o tema, pudera! Outros porque querem saber mais sobre os “frutos proibidos da sociedade”. No entanto estes trabalhos não estão a contribuir para que os jovens deixem de fumar, beber ou tomar drogas. A maioria começa a diminuir o consumo porque passam a saber as consequências futuras dos seus actos, ou então quer deixar passar uma mensagem de responsabilidade! Existem também aqueles que através da informação se afundam ainda mais nestes problemas, ora ai está um bom comportamento para mais tarde num trabalho tirar 20 valores.

Vamos agora falar de um caso, uma rapariga que dá umas passas de vez em quando ás escondidas e fume um belo cubinho de haxe uma ou duas vezes por mês e desconheça outros tipos de droga passa a conhece-los e a saber (em teoria) como se consomem e os seus efeitos através dos trabalhos de grupo. Outra coisa muito importante que se pode aprender com os trabalhos de grupo e com as pesquisas na Internet, é sem dúvida aprender a cultivar canabis em casa, e porque não fazer cachimbos de madeira. Ora ai está! Porque é que isto não é abordado em educação tecnológica?

A maioria dos pais e professores pensam que por os jovens estarem a fazer um trabalho sobre álcool, drogas e tabaco, não os consomem, quando na verdade não é bem assim. Muito provavelmente já os consomem todos os dias ou de tempos a tempos. E estes trabalhos de grupo passam assim também por serem uma forma de iludir os adultos.

A informação é importante. E é um pau de dois bicos! A maioria dos jovens já está consciente dos perigos (mas estão-se nas tintas… O que é bom mesmo é experimentar muitas marcas de tabaco, álcool e drogas). Muitos (que por isso são considerados chóninhas) não experimentam já com medo de se viciar, e deixar de ter um futuro promissor à sua frente (que pode ser numa caixa de hipermercado). Existem também aqueles que já estão em união de facto com os vícios sociais, e apesar de saberem os riscos, ainda não querem sair. Querem continuar a “aproveitar” a vida, querem continuar a experimentar e a apanhar grandes mocas.

Está visto que com os trabalhos de grupo toda a gente tem uma janela de oportunidades para experimentar. Vivam as drogas, vivam os trabalhos de grupo.

Andreia Seara

1 comentário:

eskisito disse...

Eu nunca fiz um trabalho sobre sexo...hummm...será por isso que?...