segunda-feira, janeiro 30, 2006

Crónicas Bissemanais:"O 4º Manifesto A.P.A.: Não Acreditar"

Esta é mais uma tentativa para alertar as consciências adormecidas; publica-se novamente um novo exemplar dos “Manifestos de APA”.

Este é o mais radical, a sua mensagem assume já os indícios do insulto. O autor ou autores, agastados com a imobilidade que se gerou apesar dos esforços volvidos, decidiram lançar um último alerta.

É neste manifesto que aparece uma grande frase, que vamos apelidar de epifania; “Segundo os vossos delírios mais célticos, tentaremos ser uma prostituta grega.” Esta frase é ainda mais ingmática do que o terceiro segredo de Fátima guardado durante mais 200 anos!

Antes de acabar de escrever, vou mudar o tom do assunto, na última grande reportagem denunciamos esse flagelo vingativo da mãe natureza que é o Morningwood.

Não é que descobri na Internet uma banda com o mesmo nome, e até é possível ouvir as suas músicas. Eles são dos Estados Unidos, e têm uma vocalista, mas para enorme desilusão, esta não chega aos atributos de uma Carla Contige.

Morningwood para todos!

Searaman (24.01.06)


Manifesto APA- Não acreditar

Quem leu estes manifestos que dirá?

E começo por ordem decrescente -“ Oh, eles vão constituir um interessante estudo sobre a vida académica em 2077”.

Esta locução sentida, será dos professores.

Deslizando mais para abaixo, aproximo-me das reacções atómicas dos alunos do curso de APA, que por sua legitima raiva rasgariam todas as letras em mil pedaços e com as folhas que restassem forrariam a gaiola do periquito que têm em casa.

No fundo, está o grande público que não acompanharia uma novela de mau gosto como esta. Eles com um pudor electrizante teriam quatro palavras- “Que me interessa isto!”

Parecia que nestes últimos comentários toda a fachada – bem intencionada- que criamos iria cair pela pressão da plebe. Não, nos não o faremos!

Ainda há muita gente para encavacar, porque ainda eles são seres estagnados e provinciais.

E, não acreditar é o quê?

Não acreditar neste manifesto, é não ter nas entranhas força, e a capacidade de estas jorrarem, quando estas forem pressionadas para sobreviver.

Poderemos levar com peidos e enormidades na cara. Mas pediremos a todos que nos digam primeiro que o vão fazer. Aí, nos contrabalaceremos, com um muito obrigado para o despertar fabulistico da sociedade portuguesa: a civil, a policial, a governativa, a do comércio a granel, a que gosta de farelo frente á televisão, e a todos aqueles infelizes e incompreendidos, que isolados fazem coisas.

Ah eles fazem coisas e nos também as fazemos. A prova disso é este manifesto!

Se não acreditam, embora não sejam os piores niilistas; ainda acreditam em alguma coisa: nos carros de choque, no líder do bloco de esquerda, na cerveja, no ML, no natal que vem todos os fins de semestre e sobretudo no que faz girar o mundo, mas não dá amor, o sexo fácil.

A todos, não prometemos, porque não fazemos todas essas actividades ao mesmo tempo. Agora encontra-se nos seus olhos o que nos fizemos mais recentemente- o manifesto.

Segundo os vossos delírios mais célticos, tentaremos ser uma prostituta grega.

Saibam vocês que a Grécia é o berço da nossa cultura. O que tu desconheces, mas também amaldiçoas- “ Que é essa M***ª Oh isso não vem No elo mais fraco!”

O manifesto é palpável, visualmente se vê, não tem cheiro, mas tem cheiro metafórico. Todos os podres estão aqui , e todos os lírios estão aqui. Está tudo aqui!

Meus leitores, não fiquem na periferia da vida, meus leitores de APA, este manifesto foi escrito para vosso bem, nele se inclina, para vós, ideias sensatas.

Como esta escrito, é de difícil compreensão. Então não vamos mais pospor e dizer-vos: o que é difícil põe- se fácil!

Caído como um vírus, este manifesto pretende ser uma ajuda para compreender a situação geral do curso. Podem tentar destruir este manifesto e quem o fez. Mas lembrem-se que a besta esta sempre á solta- a besta que está em vocês.

Já muitos protestaram contra a situação deste curso, e acreditam que não se deve descer para pior; nos empoladores de polémicas queremos acreditar num futuro melhor, nem que seja só mais um pouco melhor do que o actual.

Aplicar chibatadas, embromar, fazer crueldades, tudo serve para castigar quando se erra, embora sendo melhor o não castigo. Vocês vão aprender de um modo ou de outro. E acreditamos que vocês são como uns satélites perto do planeta e perto da razão, e que vão voltar, mesmo que seja aos pedaços.

Bragança (algures em 2003)

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